O Projeto Pezinho em Casa, do
Hospital Geral Unimed (HGU), está completando um ano. Com o intuito de personalizar
o atendimento da mãe e do bebê, as coletas para o teste do pezinho são
realizadas em domicílio.
A ideia surgiu em 2020, durante a pandemia e, após alguns testes-piloto, o programa foi estruturado e implantado no hospital no ano passado. De acordo com Fernanda Silva Martins, técnica de enfermagem responsável pelas coletas, o prazo de internamento da parturiente, muitas vezes, se estendia por causa do teste do pezinho. “Se a coleta pudesse ser feita em casa, a paciente poderia receber alta e ser atendida no aconchego familiar, sem deixar de lado a segurança das condições clínicas, tanto da mãe quanto do bebê”.
Antes de receber alta, a paciente
pode optar pela coleta em domicílio e aguarda o contato da equipe para o
agendamento. A coleta é feita de acordo com a recomendação do Ministério da
Saúde, entre o terceiro e o quinto dia de vida do recém-nascido.
A enfermeira coordenadora da
maternidade do HGU, Heidlane Cezar, ressalta outros cuidados realizados durante
a visita. “Para garantir a segurança da
alta precoce, e também para atender às recomendações da Sociedade Brasileira de
Pediatria de segurança na alta, além da coleta, vários outros aspectos são avaliados,
como amamentação, avaliação física do bebê e da mãe”.
Para Vivian Silva de Melo Fiala,
dentista e mãe do Gabriel, a coleta em domicílio favorece também a rotina das
famílias. “Muito mais que apenas o teste do pezinho, tirou dúvidas sobre vários
assuntos. O atendimento hospitalar domiciliar é bem melhor, pois tenho outro
filho pequeno e estávamos todos ansiosos para chegar em casa logo. Fiquei muito feliz com os cuidados com minha
família”.
O exame é feito a partir da
coleta de sangue do calcanhar do bebê e é obrigatório em todo o país. O teste
permite detectar precocemente 50 doenças genéticas e metabólicas que podem
desencadear a deficiência intelectual, comprometendo a saúde da criança, como fenilcetonúria,
hipotireoidismo congênito, fibrose cística, toxoplasmose congênita e doença
falciforme, por exemplo.
O engenheiro Tiago da Silva
Alves, pai do Oliver que nasceu em fevereiro, comenta sobre a experiência. “Damos
preferência para fazer o maior número de intervenções em casa onde nos sentimos
mais seguros com nosso bebê. Por isso, fazer o teste do pezinho em casa foi
surpreendente. Adoramos”.
Em 2022, o HGU registrou 1.388 nascimentos
e, destes bebês, 902 receberam a equipe para coleta do teste e orientações. No
Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2021, o programa de
triagem testou 2,2 milhões de recém-nascidos.