Na noite da última segunda-feira (26), a Unimed Ponta Grossa
e a Associação Sênior de Apoio à Saúde (Grupo ASAS) promoveram o encerramento
do Programa Acolher, uma parceria com o Hospital Regional Universitário dos
Campos Gerais (HU-UEPG).
O evento contou com a palestra ‘Comunicação difícil em saúde’,
ministrada pelo médico paliativista, e diretor da Academia brasileira de
Cuidados Paliativos, Douglas Crispim.
“Comunicação é causa e consequência. Por um lado, ela é causa
porque a má comunicação causa muito estrago. Uma comunicação inadequada vai
fazer muito mal para as pessoas. Mas ela é consequência também porque a comunicação
nasce daquilo que temos dentro de nós e é isso que vai transbordar para o
outro, junto com coragem, com empatia ou com a falta disso. Por isso, é causa e
consequência e, para o paciente que está grave e tem pouco tempo conosco, e
para a família dele, essa comunicação tem que ser especial”.
O Programa Acolher teve o intuito de acolher uma instituição
pública e compartilhar as práticas voltadas aos cuidados paliativos e, dessa
forma, acolher a comunidade nesse tipo de cuidado. No Paraná, a cooperativa
médica, junto com o ASAS, é a primeira do Sistema Unimed do estado a realizar
um projeto como esse.
Após a palestra, mais de 30 profissionais do HU-UEPG
receberam o certificado de conclusão do curso, que contemplou com uma imersão
sobre cuidados paliativos, de forma presencial e online, abordando manejo de
sintomas, protocolos clínicos e processos de luto.
“Todos nós da área da saúde temos que exercer o cuidado com
a mente e o coração e a parte da mente a gente trabalhou no curso, a parte do
coração é aquilo que a gente já faz ao escolher a profissão”, comentou Cynthia
Koheler, coordenadora médica da Gestão em Saúde da Unimed Ponta Grossa.
Ao parabenizar os profissionais pela participação no curso, Ricardo
Zanetti Gomes, médicos responsável técnico pelo Hospital Regional, destacou que
“isso [a parceria] foi pensado para transformação do cuidado, aproveitando
conhecimento e habilidades. O nosso hospital é um cenário para que essas
habilidades sejam desenvolvidas a cada dia”.
Para Simone Küller Chaves, psicóloga que atua no HU-UPG,
participar do curso contribuiu para proporcionar experiências mais positivas a
pacientes e familiares. “Cuidar das emoções e sentimentos já é algo que fazemos
no dia a dia. Mas eu pensava em cuidados paliativos muito mais somente como
pacientes em fim de vida. E mostrar pra ele tudo que ele pode viver ate que
esse momento chegue, pensar em todas as possibilidades e construções que a gente
pode fazer com esse paciente enquanto ele está conosco pra mim é muito
importante. Nesse período em que o curso aconteceu, já pudemos ter algumas
experiências de acompanhamento no hospital, de coisas que estão ao nosso
alcance e que, às vezes, não pensávamos sobre”.
Sobre cuidados paliativos
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em conceito definido em 1990 e
atualizado em 2002 e 2017, “Cuidados Paliativos consistem na assistência
promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade
de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida,
por meio da prevenção e alívio do sofrimento, por meio de identificação
precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos,
sociais, psicológicos e espirituais”.